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500 Meticais – 1991 – Moçambique

  • awada
  • 30 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de jun. de 2023

O único funeral de uma moeda que se tem notícia na história.

Muito depois das colônias britânicas e francesas na África terem alcançado sua independência, no início da década de 1970 Portugal ainda mantinha suas possessões coloniais em Moçambique, Angola e Guiné Portuguesa. Em um primeiro momento, a resistência aos portugueses em Moçambique na segunda metade do século XX veio de vários movimentos sem um esforço concentrado entre eles. Isto mudou em 1962, quando três das principais organizações decidiram unir forças e criar a FRELIMO, a Frente de Libertação de Moçambique. Em 1974, a FRELIMO havia libertado um quinto do território moçambicano e lutava contra um exército português cada vez mais desmoralizado. A luta estava sendo vencida, mas parecia que muitos anos se passariam antes que a vitória pudesse ser conquistada. Então, para surpresa de muitos, em 1974 houve um golpe de estado em Portugal por parte do exército, que estava cansado da má gestão e da perda desnecessária de vidas nas colônias portuguesas devido aos movimentos de independência. Logo após, tiveram início conversações com a FRELIMO, levando a um acordo em 1975 que estabelecia a independência de Moçambique. O acordo previa a criação de um banco central para o qual seriam transferidos todos os ativos do Banco Nacional Ultramarino, que operava na colônia desde 1877. O novo banco foi chamado Banco de Moçambique e, por cinco anos, ele continuou a operar com a mesma moeda do seu antecessor - o escudo. Em 1980 o Banco de Moçambique anunciou a introdução de uma nova moeda, dando fim aos laços que remetiam aos tempos coloniais. A moeda passou a se chamar metical e o seu nome está intimamente ligado a uma antiga quantidade de ouro que era usada no comércio com os árabes, muito antes da chegada dos portugueses. Esta quantidade de ouro correspondia a 4,83 gramas e era chamada "Mithqal", que na língua local tornou-se "Metical". Um ano após a introdução do metical, realizou-se o funeral do escudo colonial em uma cerimônia bastante peculiar. Parte das antigas cédulas ainda existentes nos cofres do Banco de Moçambique foram colocadas em um caixão branco e um cortejo fúnebre com funcionários do banco seguiu a pé até as fornalhas de uma metalúrgica onde o caixão e todo o estoque de 36 milhões de escudos coloniais foram queimados. Segundo alguns relatos, "foi a primeira vez que houve um funeral em que todos estavam felizes".

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