A incrível montanha com neve no coração da África.

O monte Kilimanjaro, visto no reverso desta cédula, significa na língua Masai "Montanha Branca" e está localizado no norte da Tanzânia. Com seus 5.895 metros de altitude é o ponto mais alto do continente africano e está localizado apenas três graus abaixo da linha do equador. Trata-se de um antigo vulcão com o seu topo coberto de neve, que se ergue no meio de uma planície de savana, oferecendo uma visão única lá de cima. O monte e as florestas circundantes possuem uma fauna rica, incluindo muitas espécies ameaçadas de extinção e constituem um parque nacional que foi inscrito pela UNESCO em 1987 na lista dos locais classificados como Patrimônio da Humanidade. Antes do século XIX, algumas raras crônicas, como a do geógrafo egípcio Ptolomeu, mencionaram a existência de uma montanha branca no coração da África. Em 1848, o missionário alemão Johannes Rebmann explorou a região e acabou por se aproximar da montanha. Assim ele a descreveu em seu diário de viagem: "Ali pelas 10 horas da manhã, vi alguma coisa branca no topo de uma montanha, e acreditei que se tratasse de nuvens, mas meu guia disse que era o frio; reconheci então com satisfação esta velha companheira dos europeus que chamamos neve". Sua descoberta foi divulgada em 1849, mas durante doze anos ela foi considerada mera fantasia pela Royal Geographical Society. Foi somente em 1861 que uma expedição dirigida pelo barão alemão Klaus von der Decken e pelo botânico inglês Richard Thornton, constataram que se tratava realmente de um pico com neves “eternas”, apesar desta eternidade estar hoje sob pressão devido às mudanças climáticas do mundo industrializado. Embora o continente africano por si só contribua com apenas 4% das emissões globais de gases do efeito estufa, ele será gravemente afetado pela subida dos termômetros e ficará exposto cada vez mais às secas, inundações, calor extremo e alteração nos padrões de precipitação. Desta forma o monte Kilimanjaro na Tanzânia, ao lado do monte Quênia (5.199 m) no Quênia e do monte Stanley (5.109 m) nas montanhas Rwenzori que fazem fronteira entre a Uganda e a República Democrática do Congo, que são as três únicas geleiras encontradas no continente africano, estão em recuo acelerado há anos, com previsão de derreterem por completo possivelmente já em 2040. Paisagens magníficas de que as gerações futuras estarão privadas para sempre.