500/1.000/5.000 Francs – 1974-1984-1991 – Chade
- awada
- 29 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de jun. de 2023
O país que recebeu seu nome de um lago, hoje seriamente ameaçado de desaparecer.






No século XIX, a França conquistou e colonizou o território do atual Chade, incorporando-o à África Equatorial Francesa. Sua independência veio apenas em 1960. Encravado na região centro-norte do continente africano, sem acesso ao mar, o país é por vezes referido como o “coração morto da África” em função de sua distância do mar e seu clima predominantemente desértico. Três distintas regiões geográficas compõe seu território: o deserto do Saara no norte, a savana africana no sul e entre elas uma região de transição semi-árida chamada Sahel. O nome do país se deve ao Lago Chade. A denominação “Tchad”, ou "Sádǝ"na língua do povo Kanuris que habita a região, significa "grande extensão de água”. O lago é muito importante economicamente por fornecer água para milhões de pessoas que vivem a suas margens. Além do Chade, ele banha Camarões, Níger e Nigéria, sendo que a delimitação das fronteiras ao redor do lago entre a França (que colonizou o Chade e Níger), a Inglaterra (que colonizou a Nigéria) e a Alemanha (que colonizou Camarões), ocorreu entre 1904 e 1906. Mas um triste futuro aguarda o lago Chade. Uma vez considerado um mar dentro da África, em apenas quatro décadas ele já perdeu entre 80 e 90% de sua água, o que o transformou em um grande retalho de lagoas em meio a grandes extensões de terra seca. Os povoados e cidades que antes contornavam a margem do lago estão agora por vezes separados por hectares de desertos. Nos anos 60, o lago ocupava uma área superior a 25 mil km2, o que o tornava o quarto maior lago da África. No ano 2000 a sua extensão já tinha caído para menos de 1.500 km², sendo atualmente inferior a 1.350 km². Essa situação afeta cerca de 40 milhões de pessoas que dependem do lago para obter água potável, pescar e cultivar as terras ao seu redor. Além disso o lago sempre foi a principal fonte de água do Cinturão do Sahel, uma faixa de 5 mil km de extensão que corta toda a África, indo do oceano Atlântico em um extremo ao mar Vermelho no outro, e que serve de transição entre o deserto do Saara ao norte e a savana africana ao sul. Mas quais são as causas dessa situação tão dramática? A forte queda do Índice pluviométrico na região devido às mudanças climáticas, junto com a grande utilização das suas águas e dos rios que o alimentam para irrigação e construção de barragens para projetos hidroelétricos contribuíram para essa redução de superfície líquida. Em constraste, entre 1960 e 2005 a população da área dobrou. Sua situação é tão crítica, que a NASA financiou, dentro de seu sistema de observação da Terra, um monitoramento do lago por satélite artificial, permitindo que as populações locais sejam informadas acerca das variações ocorridas e previstas. Apesar de existirem projetos da Unesco para a transferência de água de outras bacias hidrográficas afim de preservar os oásis que restaram e evitar que eles sequem em definitivo, as populações que vivem ao redor do lago esperam que isto não chegue tarde demais.
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