A Oliveira como Ponte entre Cipriotas Gregos e Turcos.

A imagem de olivas vista nesta cédula do Chipre não é apenas a representação de um produto agrícola importante para a sua economia, mas também um símbolo vivo da história, cultura e resiliência do povo cipriota. Como em outras culturas mediterrâneas, a oliveira no Chipre simboliza a paz, sabedoria e continuidade, temas particularmente significativos dada a história de conflitos da ilha. Na mitologia grego-cipriota, a oliveira era considerada um presente dos deuses. Há muitas canções, provérbios e contos populares cipriotas que fazem referência à oliveira como árvore de benção, fartura e proteção. Por ser uma árvore adaptada ao clima mediterrâneo quente e seco, o cultivo da oliveira é uma prática milenar no Chipre, onde muitas famílias mantêm olivais como parte de sua subsistência ou renda adicional. Muito valorizado por sua qualidade, o Chipre produz principalmente azeite extravirgem, e parte de sua produção é voltada para a exportação, ainda que modesta comparada a grandes produtores como a Grécia ou a Espanha. Também sua azeitona em conserva, especialmente a variedade "Cypriot black olives", tem importância comercial e gastronômica. O "agroturismo" em aldeias cipriotas muitas vezes gira em torno da cultura da oliveira - com colheitas, degustações e oficinas artesanais. De fato, por ser um produto da identidade e patrimônio nacional, projetos de preservação e reflorestamento da oliveira estão ligados a iniciativas ambientais e de resgate cultural, promovidas tanto por cipriotas gregos quanto turcos. Dada a divisão política da ilha desde 1974, quando ocorreu a separação da República Turca do Chipre do Norte (não reconhecida pela ONU) da República do Chipre, iniciativas destas duas comunidades usam o plantio e cuidado conjunto de oliveiras como um símbolo de reconciliação e paz, reforçando seu valor como elemento unificador.