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200 Dinara – 1990 – Iugoslávia

  • awada
  • 30 de abr.
  • 2 min de leitura

Os surreais monumentos do comunismo iugoslavo, relíquias futuristas de um país que não existe mais.


A instalação de um regime marxista costumava ser uma má notícia para os artistas. Desde os tempos de Stalin, o realismo socialista era imposto pelo Estado. Um estilo que devia ser simples e, como o nome indica, realista, de forma que pudesse ser compreendido por qualquer proletário do mundo. Na União Soviética, isso limitaria seriamente as opções artísticas até o fim do regime. Mas nem todo país comunista fazia parte da União Soviética. A ex-Iugoslávia rompeu com o Kremlin em 1948. Seu líder, Josip Broz Tito, era amigável ao Ocidente e vivia sob ameaça de assassinato pelos soviéticos. Em plena Guerra Fria, Tito foi agraciado com medalhas da França, Reino Unido e até do Brasil, que honravam seu status como um herói de guerra e líder dos partisans, o grupo de resistência antinazista mais bem sucedido na Iugoslávia. Entre 1960 e 1970, Tito mandou erguer enormes construções, conhecidas como “spomeniks”, a palavra servo-croata para monumentos. Projetados por escultores e arquitetos iugoslavos, elas foram erguidas para homenagear os locais que abrigaram campos de concentração ou onde aconteceram importantes batalhas da Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo elas eram símbolos da força, poder, resistência e sofrimento do povo iugoslavo. Estas construções gigantescas, com características futuristas e formas inovadoras para a época, estavam definitivamente fora do realismo socialista. De grande impacto visual, elas parecem até hoje fazer parte de outro planeta. Após a dissolução da República Iugoslava no início dos anos 90 (hoje Croácia, Sérvia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia do Norte), as estruturas caíram no esquecimento e seus significados simbólicos em parte se perderam. O monumento visto no anverso da cédula acima é dedicado aos partisans e civis que morreram na Batalha de Kozara, em 1942. Erguido em 1972, na cidade de Kozara, na atual Bósnia-Herzegovina, o memorial tem 33 metros de altura e traz o nome de mais de 9 mil soldados mortos. O monumento do reverso, erguido em 1963 na cidade de Kragujevac, na atual Sérvia, tem 9 metros de altura e 16 metros de largura. Conhecido como “Voo Interrompido”, é dedicado às centenas de crianças assassinadas naquela cidade por soldados alemães em 21 de outubro de 1941 em retaliação a ataques partisans.





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