20 e 500 Francs – 1963 e 1970 – Taiti
- awada
- 6 de mai.
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A incrível saga dos polinésios no Pacífico – no horizonte sem fim eles encontraram um novo lar!




A Polinésia Francesa é um conjunto de ilhas localizadas no Oceano Pacífico Sul formado por vários arquipélagos, sendo o Taiti a sua maior ilha. Considerando a dispersão de suas ilhas e atóis, a Polinésia Francesa é um dos mais vastos territórios do Pacífico, espalhando-se por cerca de 2,5 milhões de quilômetros quadrados de oceano, embora possua uma área terrestre total de apenas 4.187 km². Para se ter por exemplo uma ideia do isolamento do Taiti, ele está em linha reta aproximadamente 6.100 km de Sydney (Austrália), 4.100 km de Auckland (Nova Zelândia) e 7.700 km de Lima (Peru), portanto estrategicamente posicionado como um ponto central entre a Oceania e as Américas. O Taiti foi colonizado originalmente pelos polinésios, possivelmente entre 300 e 800 d.C., como parte de uma das maiores migrações marítimas da história. Eles vieram de outras ilhas do Pacífico, como Samoa e Tonga, atravessando o oceano por milhares de quilômetros em canoas com habilidades e conhecimentos excepcionais de navegação muito antes do uso de instrumentos náuticos modernos. Os polinésios utilizavam estrelas como guia, especialmente as estrelas que nascem e se põe no horizonte, associando cada uma a uma específica direção. Eles memorizavam mapas estelares mentais, que indicavam quais estrelas seguir para chegar à determinada ilha. Eles também eram capazes de interpretar padrões de ondas oceânicas. Ondas refletidas por ilhas invisíveis no horizonte podiam ser percebidas por marinheiros experientes, que reconheciam alterações sutis no balanço do mar. A atenta observação da Natureza, como a presença de pássaros, formações de nuvens no horizonte, a cor da água e a presença de vegetação flutuante, que indicavam a proximidade de terra. Os polinésios construíam canoas de dupla proa (waka ou waʻa), feitas para resistir a longas viagens em mar aberto. Essas embarcações eram rápidas, estáveis e capazes de transportar famílias inteiras, alimentos e animais domésticos. E mais importante de tudo, o conhecimento de navegação era transmitido oralmente, muitas vezes por meio de cantos, histórias e lendas. Havia navegadores especializados chamados de “wayfinders” (descobridores de caminhos), que treinavam durante anos para memorizar rotas, padrões celestes e comportamentos do mar. Antes da chegada dos europeus, o Taiti tinha uma sociedade altamente organizada, com chefes (os "arii"), sistemas de leis e uma rica tradição oral. A religião e a vida comunitária eram centrais, com cerimônias realizadas em templos chamados "marae". Os primeiros europeus a chegar ao Taiti foram os navegadores espanhóis em 1606, mas um contato mais significativo começou no século XVIII. Em 1767, Samuel Wallis, um explorador britânico, foi o primeiro europeu a reivindicar a descoberta do Taiti para a Grã-Bretanha. No ano seguinte, o francês Louis Antoine de Bougainville também visitou a ilha. No início do século XIX, missionários cristãos, principalmente da London Missionary Society, chagaram ao Taiti. Eles converteram muitos habitantes ao cristianismo, suprimiram tradições culturais e mudaram profundamente a sociedade local. A França começou a se interessar pela região e em 1842 o Taiti foi declarado um protetorado francês, tornando-se oficialmente uma colônia em 1880. Hoje, o Taiti e as demais ilhas da Polinésia Francesa são uma coletividade ultramarina da França. Apesar dos europeus terem deixado marcas significativas na cultura polinésia, ela ainda persiste fortemente em suas danças, música, artesanato e principalmente, nas suas diversas línguas nativas. As duas cédulas vistas acima, emitidas em diferentes épocas pelo antigo Banque de L'Indochine e pelo atual Institut d'Emission d'Outre-Mer, vem acompanhadas do nome Papeete. Apesar de muitas vezes Papeete ser confundido como um sinônimo para a ilha como um todo, ela é apenas sua capital e sua maior cidade, o coração político, econômico e cultural da Polinésia Francesa. Nota-se nestas duas emissões um design bastante distinto. Enquanto uma utiliza personagens e figurinos claramente de origem europeia, a outra, mais recente, retrata personagens e paisagens nativas.
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