A ideologia por trás da expansão territorial dos Estados Unidos.

Manuel José Arce (1787-1847) foi um militar e político salvadorenho que teve um papel central nos primeiros anos da independência da América Central. Em 1825, Arce tornou-se o primeiro presidente da República Federal da América Central, uma federação que formada pelos atuais países da Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Esta federação porém teve vida curta, desintegrando-se completamente na década de 1830. Após o colapso da federação, El Salvador e os demais países enfrentaram instabilidade política e ameaças externas. Durante a década de 1840, havia propostas e discussões, internas e externas, sobre a possível anexação dos territórios centro-americanos pelos Estados Unidos, que estavam em expansão territorial sob a doutrina do "Destino Manifesto". Arce foi um dos defensores da soberania nacional salvadorenha, mesmo tendo sido afastado do poder na época, denunciando fortemente as intenções imperialistas dos Estados Unidos. O termo "Destino Manifesto" foi popularizado em 1845 pelo jornalista John O'Sullivan, que escreveu que os Estados Unidos estavam destinados, por desígnio divino, a expandir seu território, sua democracia e o "modo de vida americano", do Atlântico ao Pacífico. Segundo a doutrina, essa expansão territorial era inevitável e justificada, mesmo que significasse conflitos, guerra ou anexação de territórios de outras nações. Ainda segundo ela, a cultura, instituições políticas e econômicas dos EUA eram consideradas superiores às dos povos que seriam incorporados ou conquistados. De fato esta doutrina foi usada para justificar a anexação do Texas em 1845 e a guerra com o México entre 1846 e 1848, onde o México perdeu os territórios da Califórnia, Arizona, Novo México, Nevada, Utah e partes do Colorado e Wyoming. Apesar das tentativas e propostas dos EUA em anexar partes da América Central e do Caribe, como El Salvador, Nicarágua e Cuba, nestes casos ações concretas não prosperaram.