top of page

100 Rupiah– 1964 – Indonésia

  • awada
  • 21 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de jun. de 2023

O Ciclo da Borracha e o primeiro caso escandaloso de biopirataria no Brasil.

A demanda provocada pela Revolução Industrial fez da borracha natural um produto supervalorizado, especialmente após o advento do processo de vulcanização, um tratamento industrial que elimina as impurezas da coagulação, tornando a borracha um material adequado para a fabricação de pneus, correias, mangueiras, solas de sapato, etc. A fonte para a obtenção da borracha natural é o látex extraído da Hevea brasiliensis, a seringueira encontrada na região amazônica. Ela deu origem ao que ficou conhecido no Brasil como "Ciclo da Borracha" entre os anos de 1872 e 1912, que transformou cidades como Manaus, Porto Velho e Belém as capitais brasileiras mais desenvolvidas no final do século XIX. O ciclo, porém, teve um final brusco com a introdução da seringueira em outras partes do mundo. Em 1876, mais de 70 mil sementes de seringueiras do Pará foram contrabandeadas por um explorador inglês e enviadas para o Kew Gardens em Londres. Destas apenas 2.400 germinaram. As mudas foram então enviadas para Índia, Ceilão (atual Sri Lanka), Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia), Singapura e Malaia Britânico (atual Malásia). O cultivo racionalizado e com foco na alta produção possibilitou a extração do látex a custos muito inferiores aos da mata amazônica. A segunda Guerra Mundial, que afetou todo o Sudeste Asiático, ainda proporcionou ao Brasil um "segundo Ciclo da Borracha" entre 1942 e 1945. Mas a normalização do cultivo na Ásia e a produção da borracha sintética logo após o fim da guerra sepultou definitivamente qualquer pretensão comercial da borracha amazônica. Hoje os maiores produtores mundiais são a Tailândia e a Indonésia. Por ironia do destino, nos últimos 25 anos mudas asiáticas foram introduzidas no Planalto Paulista, tornando São Paulo o maior polo produtor e beneficiador de borracha natural do Brasil e responsável por abastecer 40% do mercado brasileiro.

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page