100 Pesetas – 1928 – Espanha
- awada
- 13 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de dez.
As aventuras e desventuras reais por trás do maior romance da modernidade.


Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616), romancista, dramaturgo e poeta castelhano, tornou-se célebre por sua obra-prima, Dom Quixote, frequentemente considerada o primeiro grande romance da era moderna. Marco da literatura ocidental, o livro exerceu influência tão profunda na língua castelhana que esta passou a ser chamada muitas vezes de “la lengua de Cervantes”. A trajetória do escritor, que morreu aos 68 anos, foi marcada por fortes reviravoltas. Em 1569, ele deixou a Espanha e mudou-se para a Itália. A razão exata não é totalmente clara, mas a versão mais aceita afirma que Cervantes teria ferido um jovem em Madri, sendo condenado ao exílio e à perda da mão direita, pena que acabou sendo substituída pela ordem de deixar o país. Na Itália, alistou-se na infantaria espanhola baseada em Nápoles. Em 1571, participou da Batalha de Lepanto, um dos maiores confrontos navais do século XVI, lutando contra a frota otomana. Foi severamente ferido: recebeu dois tiros no peito e um na mão esquerda, que ficou inutilizada para sempre, motivo pelo qual ficou conhecido como “o manco de Lepanto”. Somente em 1575, após anos de serviço militar, decidiu retornar à Espanha. Porém, durante a travessia, o navio em que viajava foi capturado por corsários argelinos. Cervantes foi levado para Argel, onde viveu cinco anos como cativo, após diversas tentativas frustradas de fuga. Em 1580, finalmente foi resgatado graças a esforços da família e de frades da Ordem da Santíssima Trindade. Já de volta à Península Ibérica, viveu algum tempo em Portugal — então unido à coroa espanhola — antes de retornar definitivamente à Espanha, em 1583. A partir daí, dedicou-se mais intensamente à literatura, embora sua vida econômica continuasse instável. Em 1605, publicou a primeira parte de Dom Quixote de la Mancha, que narra as aventuras do fidalgo Alonso Quijano, transtornado pela leitura de romances de cavalaria, e seu escudeiro Sancho Pança, acompanhados do cavalo Rocinante. A segunda parte saiu em 1615, consolidando sua fama universal. Em 2002, Dom Quixote foi eleito a maior obra de ficção de todos os tempos em uma ampla pesquisa promovida pelo Clube do Livro do Instituto Nobel, reforçando seu lugar singular na história da literatura.


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