O mirante real do rei Felipe II da Espanha segundo o pintor Catalá.

A imagem retratada no verso desta cédula é de uma pintura de 1890 do artista espanhol Luiz Álvarez Catalá (1836-1901), um pintor romântico que se inspirava em temas históricos para compor seus quadros. A obra recebeu o nome de "La Silla de Felipe II en El Escorial" e, segundo a tradição, este era o local de onde o rei espanhol Felipe II (1527-1598), retratado no anverso, acompanhava as obras da construção do Monastério de El Escorial, que se estenderam de 1563 a 1584. De acordo com esta tradição, as plataformas escalonadas e os assentos esculpidos no granito foram feitos por ordem de Felipe II aos pés de uma elevação montanhosa conhecida como Machota Alta (1466m) na municipalidade de San Lorenzo de El Escorial, próxima a Madrid, para facilitar sua estadia e de seus acompanhantes durante suas observações. Estudos recentes, porém, apontaram que há fortes indícios que na verdade se trata de um santuário muito mais antigo onde os celtas praticavam seus cultos sob a direção de sacerdotes druidas, já que há semelhanças com outras construções que foram encontradas nas imediações. Segundo esta nova hipótese, a "silla" (cadeira em pedra) de Felipe II não foi construída na época do rei, assim como a plataforma não servia como miradouro devido à sua distância e seu nível em relação às obras do mosteiro, entre outras indicações. Ainda segundo esta hipótese, a obra pode ter sido um altar pré-romano de um antigo povo chamado "veton" que habitava a região ocidental da Península Ibérica. O altar possivelmente era dedicado ao deus Marte e nele provavelmente eram realizados sacrifícios rituais, geralmente de animais. Mas ainda há uma outra hipótese que sustenta que a "silla" de Felipe II foi entalhada bem mais tarde, no século XIX, como uma recriação histórica da tradição, de acordo com os gostos românticos da época. Seja o que for, hoje o local é um espaço natural protegido e uma atração turística bem conhecida da região.