top of page

100 Pengo – 1945 – 1.000 Forint – 2006 – Hungria

  • awada
  • 2 de jan.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de mai.

Entre Guerras e Tratados: A Montanha-Russa Territorial da Hungria no Século XX.


Durante a Segunda Guerra Mundial, a Hungria passou por uma série de eventos que moldaram sua posição geopolítica e militar. Ainda antes da guerra, a Hungria buscava recuperar territórios perdidos após o Tratado de Trianon, assinado em 1920 no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial. Como consequência deste tratado, 2/3 de seu território e 3/5 de sua população foram perdidos para os países vizinhos (Romênia, Tchecoslováquia, Áustria, Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, Polônia e Ucrânia), mudanças estas que deixaram milhões de húngaros vivendo como minorias nestes países. Desta forma o governo húngaro alinhou-se com a Alemanha nazista e a Itália fascista, esperando que essa aliança ajudasse a reverter as perdas territoriais. Com o apoio da Alemanha e Itália, ela efetivamente recuperou parte de seus territórios entre 1938 e 1941. Ela entrou oficialmente na guerra ao lado do Eixo em 1941, participando da invasão da União Soviética (Operação Barbarossa), onde sofre pesadas baixas. Quando as derrotas alemãs começaram a acumular-se, a Hungria buscou secretamente negociações de paz com os Aliados. Hitler tomou conhecimento desta iniciativa e ordenou em março de 1944 sua ocupação, instalando um governo pró-nazista e intensificando as políticas antissemitas, com deportações em massa de judeus húngaros para campos de extermínio, especialmente Auschwitz. Estima-se que cerca de 440 mil judeus foram deportados, tornando-se uma das comunidades judaicas que sofreram as mais altas taxas de mortalidade durante o Holocausto. Ainda no final de 1944 a União Soviética invadiu a Hungria, e no ano seguinte ela foi ocupada de vez pelos soviéticos. Após a guerra a Hungria perdeu novamente todos os territórios adquiridos durante o conflito, voltando às fronteiras definidas pelo Tratado de Trianon. O país foi obrigado a pagar pesadas reparações de guerra e ficou sob forte influência soviética, o que levou a criação da República Popular da Hungria em 1949. A Hungria atual corresponde a 93.030 km², uma fração do território que possuía antes de Trianon, quando seu território era de cerca de 325.000 km². Apesar de serem internacionalmente reconhecidas e não serem objeto de revisão, ainda exista uma forte identidade nacional entre os húngaros que vivem além das suas fronteiras oficiais. O personagem visto nas duas cédulas acima é o rei Matias I da Hungria (1458-1490), também conhecido como Matias Corvino. Grande parte dos mais de 320 mil km² de extensão territorial húngara que chegou até o século XX deve-se a ele. Sob Matias I, o Reino da Hungria era um estado expansionista e militarmente poderoso, com uma extensão que fazia dela um protagonista na política europeia, bem diferente da situação atual, onde a Hungria é um estado sem acesso ao mar e limitado territorialmente, com menos influência geopolítica. A comparação evidencia o declínio territorial da Hungria ao longo dos séculos, transformando-se de um império medieval próspero e em expansão, em um estado muito reduzido. Contudo, tanto o período de Matias I quanto a Hungria atual refletem a resiliência cultural e nacional de um povo diante de mudanças geopolíticas drásticas.

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page