100 Francs/Anafranga – 1978 – Ruanda
- awada
- 18 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de jun. de 2023
Genocídio de Ruanda. Uma sangrenta luta étnica pelo poder.


Em apenas 100 dias em 1994, cerca de 800 mil pessoas foram massacradas em Ruanda por extremistas do grupo étnico majoritário em Ruanda – os hutu. Os hutus almejavam membros da minoria tutsi, bem como seus oponentes políticos, independentemente de sua origem étnica. Desde os tempos coloniais, a minoria tutsi dominava o país, até 1959, quando os hutus derrubaram a monarquia tutsi e forçaram milhares deles a se refugiarem em países vizinhos. Um grupo de exilados criou um exército rebelde, a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), que travou uma guerra com o governo hutu de 1990 a 1993, quando uma acordo de paz foi assinado. Mas em abril de 1994, o presidente de Ruanda, um hutu, foi morto quando seu avião foi abatido durante o pouso. Extremistas hutus culparam a RPF pelo atentado, enquanto a RPF alegou que o avião foi abatido pelos próprios hutus para fornecer um motivo para o genocídio. Listas com nomes de oponentes do governo foram entregues a milícias, que de imediato deram início ao massacre. Vizinhos mataram vizinhos, e alguns maridos até mataram suas esposas tutsis alegando que seriam mortos se recusassem. Isto foi facilitado porque na época os documentos de identidade indicavam o grupo étnico da pessoa. A maioria foi morta principalmente com facões, um item que os ruandeses normalmente tinham em suas casas. Estações de rádio e jornais foram utilizados pelos extremistas hutus para divulgar propaganda de ódio, incitando as pessoas a "eliminar as baratas". A ONU e a Bélgica tinham forças em Ruanda, mas elas não receberam um mandato para impedir a matança. Os americanos, depois do ataque que sofreram na Somália, não queriam se envolver em outro conflito africano, e a França, aliada do governo hutu, enviou uma força especial para evacuar seus cidadãos e estabelecer uma zona supostamente segura, mas foi acusada de não fazer o suficiente para impedir a matança. No final, a bem-organizada RPF, com apoio do exército de Uganda, conquistou a capital Kigali. Cerca de 2 milhões de hutus, que participaram ou não do genocídio, fugiram em direção a países vizinhos, temendo ataques de vingança. Desta vez foi a RPF a ser acusada por grupos de direitos humanos de matar milhares de civis hutus ao assumiram o poder.
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