A história de uma bandeira e sua famosa costureira!

A história da bandeira do Haiti teve início em 1803 quando o líder negro haitiano Jean-Jacques Dessalines (1758-1806), durante o movimento de independência da França, decidiu criar a primeira bandeira haitiana. Conta a história que Dessalines rasgou uma bandeira francesa em suas três faixas coloridas e pediu para sua afilhada chamada Catherine Flon, retratada nesta cédula, desprezar a faixa branca e costurar as faixas azul e vermelha de forma vertical, para criar a bandeira do país. Na tradição haitiana, as cores da nova bandeira assumiram um significado racial - o azul representava os africanos do Haiti enquanto o vermelho representava a mistura de europeus e descendentes africanos. Desta forma Catherine Flon passou de costureira à heroína nacional, tornando-se um dos símbolos da Revolução Haitiana e da independência do país. Mas a história da bandeira do Haiti não parou por aí. Esta primeira bandeira durou apenas 2 anos. Em 1805, após Dessalines declarar-se imperador do Haiti, ele mudou as cores para preto e vermelho. Em 1806 Dessalines foi traído e assassinado por seu colaborador Alexandre Pétion, que ao assumir o governo reintroduziu a bandeira bicolor azul-vermelha, mas desta vez com faixas horizontais. Vários governantes entraram em cena no decurso da história haitiana e no total foram oito alterações das cores, posição das faixas e introdução de brasão, até chegar ao modelo instituído em 1986 após a queda do então presidente vitalício Jean-Claude Duvalier. Hoje ela novamente ostenta as faixas azul e vermelha dispostas horizontalmente, com o brasão de armas no centro dentro de um quadro branco. Curiosamente, foi verificado nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936, que a bandeira do principado de Liechtenstein era praticamente idêntica à do Haiti, o que levou Liechtenstein introduzir uma coroa dourada no seu campo azul.