10 Denari – 1996 – Macedônia do Norte
- awada
- 17 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de jun. de 2023
Pavão. O pássaro que simboliza a onipresença, a ressurreição e a vida eterna.


O pavão retratado no verso desta cédula é um detalhe de um mosaico datado do século IV ou V encontrado no piso do batistério da Basílica Episcopal da antiga cidade de Stobi. Esta basílica é na verdade o templo cristão mais antigo da Macedônia do Norte. Apesar de ser um pássaro encontrado apenas no subcontinente indiano e de ser parte integrante do hinduísmo, desde a antiguidade o pavão também teve um importante significado cultural em regiões distantes de seu lar natural. Na Pérsia e na Babilônia o pavão era visto com um guardião da realeza e costumava ter sua imagem gravada em tronos reais. Na religião dos Yazidis, "Meleke Taus", que no dialeto curdo significa "Anjo Pavão", era a figura central da sua fé, uma emanação de Deus e um anjo benevolente que se redimiu de sua queda e se tornou o artesão divino que criou o cosmos a partir do ovo cósmico. Depois de se arrepender, ele chorou por 7 mil anos, e suas lágrimas encheram sete potes, que apagaram o fogo do inferno. Já os antigos gregos acreditavam que a carne do pavão não se deteriorava após a morte, por isso ela se tornou um símbolo da imortalidade. Nas imagens helenísticas, a carruagem da deusa Hera era puxada por pavões, pássaros desconhecidos dos gregos antes das conquistas de Alexandre. O tutor de Alexandre, Aristóteles, refere-se a ele como "o pássaro persa". Quando Alexandre viu pela primeira vez os pássaros na Índia, ele ficou tão surpreso com sua beleza que ameaçou com as mais severas penalidades qualquer homem que matasse um. Um antigo mito grego conta que o servo de Hera, o centenário Argus Panoptes, foi instruído a guardar Io, a mulher que Hera transformou em vaca depois de saber do interesse de Zeus por ela. Zeus, por sua vez, fez com que seu mensageiro Hermes matasse Argus durante o sono eterno e libertasse Io. Para honrar seu fiel vigia, Hera preservou os cem olhos de Argus para sempre, na cauda do pavão. Este simbolismo foi adotado pelo cristianismo primitivo, e por isso, muitas pinturas e mosaicos cristãos mostram o pavão. Os "olhos" nas penas da cauda do pavão simbolizam o Deus cristão que tudo vê e, em algumas interpretações, a própria Igreja. Um pavão bebendo de um vaso é usado como símbolo de um cristão que bebe das águas da vida eterna. Desta forma, pela adoção cristã do antigo simbolismo persa, babilônico e grego, no qual o pavão era associado ao Paraíso e à Árvore da Vida, o pássaro passou a simbolizar a onipresença, a imortalidade e a vida eterna.
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