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10.000 Cruzeiros Reais – 1993 – Brasil

  • awada
  • 2 de jan.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de mai.

A cédula brasileira planejada mas não colocada em circulação.


A linguagem visual das cédulas do Cruzeiro Real, surgido na reforma tributária ocorrida em 1993 durante o governo de Itamar Franco, e substituído pelo Real na reforma tributária de 1994, foi bastante diversificada. Entre as seis cédulas emitidas estavam personagens ilustres da vida brasileira (Luís Cascudo, historiador; Mário de Andrade, poeta, e Anísio Teixeira, jurista); tipos regionais (o Gaúcho e a Baiana); e até mesmo um pássaro (o beija flor). Houve, porém, uma cédula que foi planejada para ser lançada em 1994, mas abortada com a introdução do Plano Real. Trata-se da cédula acima, conhecida como a Rendeira, uma alusão às famosas rendeiras de Bilro de Santa Catarina. A prática da renda de Bilro parece ter surgido na Bélgica, ter se espalhado por alguns países da Europa, até ser incorporada pelo Arquipélago de Açores, na época colônia e hoje uma região autônoma de Portugal localizada na costa africana ocidental. No século XVII Portugal instituiu um efetivo projeto de colonização no Brasil devido as tentativas de invasão por nações que não aceitavam os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, além da necessidade de consolidação de fronteiras em áreas que também despertavam o interesse dos espanhóis, destacadamente nos arredores da Bacia do Prata. Como parte deste projeto houve um fluxo migratório de açorianos para a região da Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis. Estes imigrantes trouxeram consigo as práticas e costumes do arquipélago, entre elas a da renda de Bilro. Os açorianos que imigravam para o Brasil buscavam melhores condições de vida, visto que na época sua sociedade era assolada pelo pauperismo devido à perda de fertilidade dos solos e, sobretudo, pelas erupções e terremotos que de tempo em tempo afligiam o arquipélago de origem vulcânica. Para os imigrantes açorianos, vir para solo brasileiro significava, portanto, poder sair da miséria em que viviam em sua terra natal e ter uma oportunidade de recomeço. A prática da renda de Bilro persiste até os dias de hoje, embora cada vez menos meninas e jovens se dediquem a manter viva esta tradição passada por gerações.

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