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1.000 Francs – 1959-65 – Estados da África Ocidental (Senegal)

  • awada
  • 20 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de jun. de 2023

Ó mar, porque não apagas, com a esponja de tuas vagas, de teu manto este borrão? (O Navio Negreiro de Castro Alves)

O comércio de escravos africanos nos registros da história teve início por volta do século II aC., quando o faraó Snefru retornou da Núbia, uma região da África Oriental hoje compartilhada pelo Egito e pelo Sudão, com milhares de prisioneiros de guerra que se tornaram escravos no Egito Antigo. Posteriormente gregos e romanos, que dominaram o norte da África e o mar Mediterrâneo, continuaram a traficar e a escravizar os africanos. No século II, com a conquista árabe do norte da África, o tráfico de escravos aumentou ainda mais. Mas o tráfico atingiu uma escala épica a partir do século XVI quando navegadores europeus, no contexto da expansão marítima e da necessidade de mão de obra para as novas colônias, deram início ao tráfico negreiro a partir da África Ocidental. A história do Senegal está intimamente ligada a este doloroso momento da civilização humana. Em 1444, navegadores portugueses chegaram as costas senegalesas e se estabeleceram na atual Ilha de Goreia, frente à moderna Dacar, capital do Senegal. A partir de 1536 ela se tornaria um dos principais pontos de saída de escravos para a Europa e o Novo Mundo. Mais tarde a ilha passou para as mãos dos holandeses, de onde surgiu o nome aportuguesado de Goreia a partir das palavras na língua flamenga Goede Reede, que significam Porto Seguro. Esta ilha e seu forte, ambos declarados pela Unesco Patrimônios da Humanidade, passaram a ser um símbolo do tráfico negreiro. O contingente de africanos que foram levados forçadamente para a América como escravos deste e de outros locais da África Ocidental não é preciso, mas situa-se entre dez e onze milhões de africanos escravizados. Deste total estima-se que 15% morreram no mar durante a travessia do Atlântico. O último país a proibir o tráfico de escravos no Atlântico foi o Brasil, em 1831 com a Lei Feijó, a famosa "lei para inglês ver". No entanto, o comércio ilegal continuou a enviar escravos para o Brasil até que, em 1850, quando, sob pressão dos britânicos, o Brasil finalmente pôs fim ao comércio atlântico com a Lei Eusébio de Queirós. Durante todo o período de tráfico negreiro o maior contingente de escravos africanos, quase cinco milhões, vieram para o Brasil. A escravidão somente foi abolida no Brasil no ano de 1888 com a Lei Áurea proclamada pela Princesa Isabel.

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