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5.000 Bipkwele – 1979 – Guiné Equatorial

  • awada
  • 9 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 29 de jun. de 2023

Quando a abundância de um recurso natural se torna uma maldição.

A Guiné Equatorial, um pequeno país na costa oeste da África Ocidental, descobriu petróleo em 1995 e agora está sendo citada como um clássico caso da "maldição dos recursos naturais", ou o paradoxo da abundância. O termo foi usado pela primeira vez por Richard Auty em 1993 para descrever como países ricos em recursos minerais foram incapazes de usar essa riqueza para impulsionar suas economias e como, contra intuitivamente, esses países tiveram menor crescimento econômico do que países sem abundância de recursos naturais. A ex-colônia espanhola, que obteve sua independência em 1968, tornou-se uma das maiores produtoras de petróleo da região subsaariana. Porém as vastas receitas do petróleo acabaram por financiar estilos de vida luxuosos para a pequena elite no poder, enquanto uma grande proporção da população continua a viver na pobreza. Apesar de ter o maior PIB per capita do continente africano, e o 69º do mundo, a riqueza é distribuída de forma tremendamente desigual, mantendo o país apenas com a 144ª posição entre os 187 estados listados em 2014 no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Ainda segundo a ONU, menos da metade da população tem acesso à água potável e 20% das crianças morrem antes de completar cinco anos. Soma-se a isso o fato do regime autoritário sob o presidente Teodoro Obiang, no poder desde 1979 e o mais antigo líder em atividade da África, ter um dos piores registros de direitos humanos no mundo, e conseguir se manter como o "pior dos piores" no ranking da pesquisa anual feita pela Freendom House, uma ONG que promove pesquisas e publicações sobre direitos humanos, democracia, estado de direito e liberdade de imprensa no mundo. Abusos como torturas, espancamentos, detenções ilegais, mortes inexplicáveis e julgamentos viciados são rotineiramente denunciados na Guiné Equatorial. A Transparência Internacional, uma outra ONG que visa combater a corrupção e as atividades criminosas ligadas a atos corruptos, colocou a Guiné Equatorial no top 12 da sua lista de estados corruptos. Existem muitas teorias e muito debate acadêmico sobre as razões e as exceções a esses resultados adversos. Especialistas acreditam que a maldição dos recursos naturais não é universal ou inevitável, mas afeta certos tipos de países ou regiões sob certas condições. Apesar da ONU elevar em 2017 o status da Guiné Equatorial de país subdesenvolvido para país em desenvolvimento, sua riqueza continua distante da maioria da população.

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