500 Yen – 1969 – Japão
- awada
- 4 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de jun. de 2023
"É louco aquele que se recusa a subir ao cume do Fuji pelo menos uma vez na vida." (provérbio local)


Local reverenciado pelos japoneses como divindade há pelo menos 1.400 anos, o Monte Fuji é um dos principais destinos turísticos do país, atraindo centenas de milhares de pessoas a cada ano. Com 3.776 metros de altitude, o que o torna o ponto mais elevado do arquipélago japonês, e com um cume habitualmente coberto de neve, ele é a mais conhecida das Três Montanhas Sagradas do Japão (as outras são os montes Tate e Haku). A importância dessa montanha foi reconhecida pela Unesco, que incluiu a área do Fuji na Lista de Patrimônio Mundial em 2013. Seu clássico formato com declives regulares e suaves moldados por correntes de lava muito líquida e elástica, estimularam o surgimento de diversas lendas sobre a montanha. Uma delas, descrita no Kojiki, o texto sagrado do xintoísmo, a religião nacional do Japão, menciona que uma bela princesa chamada Sakuya-hime ("Princesa da Floração"), filha do deus da montanha Oyamatsumi-no-kami, desceu à terra e apaixonou-se por Ninigi-no-mikoto, neto da deusa do sol Amateratsu e fundador da dinastia imperial japonesa. Também apaixonado, Ninigi pediu a moça em casamento ao deus da montanha, que por sua vez lhe ofereceu a mão da filha mais velha, Iwanaga-hime ("Princesa da Pedra"). Como o rapaz recusou, a contragosto, Oyamatsumi cedeu. Sakuya-hime engravidou em apenas uma noite, levantando suspeitas do marido. Sentindo-se ofendida, ela então se fechou em uma cabana sem portas à qual ateou fogo, dizendo que o filho nada sofreria se fosse realmente de Ninigi. Dentro da cabana, a princesa deu à luz três meninos, Hoderi, Hosuseri e Hoori. Simbolizada pela flor de cerejeira, Sakuya-hime se tornou também a deusa do Monte Fuji e dos outros vulcões da ilha. A descendência originada dela reflete, tal qual a flor de cerejeira, a efemeridade da vida humana. Desta forma os xintoístas consideram que o espírito da princesa mora no Fuji, e escalar a montanha é considerado um ato de peregrinação. Os candidatos à jornada a fazem durante o verão japonês, enfrentando obstáculos no terreno, ventos fortes, um clima instável e, nas maiores altitudes, uma temperatura sempre baixa mesmo no verão. De qualquer modo, o esforço é uma experiência transformadora, de purificação física e espiritual.
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