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50 Gulden – 1982 – Holanda 100000 Dinara – 1993 – Iugoslávia 5 Sudanese Dinars – 1993 – Sudão

  • awada
  • 1 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de jan. de 2024

Ah, os maravilhosos e majestosos girassóis!








O girassol comum, ou Helianthus annuus, tem seu nome derivado das palavras gregas “Helios” e “anthos”, que significam Sol e flor respectivamente. Daí seu nome em inglês “sunflower”, que no português virou girassol devido ao seu comportamento heliotrópico, que é a mudança de orientação de um organismo fixo, ou de suas partes, em resposta à luz do Sol. O girassol é valioso tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista ornamental. Suas folhas são usadas como forragem, suas flores produzem um corante amarelo, e as sementes contêm um alto teor de óleo e são usadas como alimento. O óleo amarelo e doce obtido por compressão das suas sementes é considerado igual ao azeite de amêndoa para uso na mesa. O óleo também é usado na fabricação de sabões, tintas e lubrificantes. As sementes podem ser comidas secas, assadas ou moídas e são comuns como ração de pássaros. Mas de onde veio afinal esta dádiva da natureza? Provavelmente as cédulas mais conhecidas com a imagem de girassóis são estas da Holanda, da antiga Iugoslávia e do Sudão. Mas sua verdadeira origem está longe da Europa e da África. Os girassóis são nativos das Américas. Cultivando-os pela primeira vez há mais de 4.500 anos atrás, os nativos americanos transformaram sua espécie original, de caules espessos e multi-cabeças, em uma planta de caule único com uma única grande flor. Suas sementes moídas lhes proporcionavam farinha para fazer pães e bolos, ao passo que torradas e abertas, eram comidas inteiras misturadas com outros grãos em um tipo de granola. Os primeiros americanos também descobriram que o óleo extraído das sementes do girassol poderia ser usado para cozinhar. Os arqueólogos ainda mostraram que o girassol tinha uma variedade de usos não alimentares. O óleo e pigmentos da flor do girassol foram usados como um protetor solar ou como uma base para uma tintura roxa para a pele, cabelo ou tecidos, enquanto o resistente caule fibroso da planta era utilizado na construção de moradias. Finalmente, em 1510, eles foram descobertos por exploradores europeus. Marinheiros espanhóis foram os primeiros a reunir grandes quantidades de sementes de girassol e enviá-las para a Europa. Mas nos 200 anos seguintes os europeus ignoraram seu potencial alimentar. Em vez disso, as flores de aparência exótica tornaram-se um ornamento amplamente difundido em toda a Europa Ocidental ou, em menor grau, eram usadas medicinalmente como um anti-inflamatório. Foi apenas no século XIX que se estabeleceram na Rússia e Ucrânia culturas para a produção do óleo de girassol. E esse desenvolvimento ocorreu, em parte, devido a uma peculiaridade da Igreja Ortodoxa Russa. Um século antes, a Igreja emitira um decreto proibindo o consumo durante a Quaresma de alimentos feitos de vários óleos e gorduras. Para ajudar os fiéis aderirem à regra, a Igreja publicou uma lista das substâncias proibidas. No entanto, omitiu o óleo de girassol da lista. A demanda pelo óleo cresceu e a área de cultivo explodiu por toda a Rússia e Ucrânia. Daí nasceram os primeiros programas de pesquisa para desenvolver variedades de alto rendimento que atendessem tanto os requisitos do mercado de óleos como o de sementes para alimentação animal. Da Rússia, os híbridos de girassol aprimorados voltaram a cruzar o oceano de volta para a América do Norte junto com a onda de emigrantes europeus orientais. O sucesso do girassol como alimento animal nos EUA impulsionou a área plantada e novos mercados começaram a surgir, com unidades de processamento de óleo implantadas a partir de meados da década de 1920. Posteriores avanços na obtenção de híbridos mais resistentes chegaram junto com uma abordagem mais consciente por parte das pessoas com relação à saúde de suas dietas, já que pesquisas na década de 70 mostraram que o óleo de girassol era uma alternativa mais saudável às gorduras saturadas tradicionalmente usadas. Hoje ele é considerado um óleo “premium” devido a sua cor clara, ao alto teor de ácidos graxos insaturados, ao seu sabor suave e a baixa geração de fumaça quando aquecido, o que o torna um dos óleos preferidos e mais utilizados na culinária. O mercado de girassol continua a crescer e agora ocupa a 4ª posição na produção de óleos vegetais no mundo, depois da palma, da soja e da colza. Apesar de estarem longe do berço do girassol, os dois maiores produtores mundiais em 2017, assim como no passado, continuam sendo a Ucrânia e a Rússia.

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