20 Francs – 1964 – Bélgica
- awada
- 27 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de jan. de 2024
A lesa-majestade congolesa que ressoou fundo na alma de um rei.


O rei Balduíno da Bélgica (1930-1993), retratado nesta cédula, foi o Rei dos Belgas de 1951 até sua morte. Balduíno sucedeu seu pai, o rei Leopoldo III (1901-1983), que abdicou em 1951. Com a eclosão da Segunda Grande Guerra, Leopoldo III tentou manter a Bélgica neutra, mas após a invasão alemã ocorrida em maio de 1940, ele se rendeu ao Terceiro Reich, ganhando muita hostilidade, tanto em casa como no exterior. Seu ato foi considerado inconstitucional pelo parlamento belga, que formou em Londres um governo no exílio. Leopoldo III se transferiu para a Alemanha e depois Áustria, e após o fim da guerra foi proibido por alguns anos de retornar a Bélgica, onde seu irmão, o Príncipe Charles I Karel (1903-1983), havia sido declarado regente. Seu retorno à terra natal em 1950 quase causou uma guerra civil e, sob pressão do governo, ele abdicou em favor de seu filho Balduíno. Balduíno também foi o último soberano do antigo Congo Belga, que obteve sua independência em 1960. Ao visitar o novo estado da República do Congo (Congo-Leopoldville) para a formalização da sua independência, ele passou por um dos maiores constrangimentos na história das realezas. Ao anunciar majestosamente no parlamento congolês "Que Deus proteja o Congo!" e assinar o ato de sua independência, o novo primeiro-ministro congolês Patrice Lumumba (1925-1961) fez um discurso que foi um ataque cruel aos governantes belgas que partiam. “A escravidão nos foi imposta pela força!” ele gritou, enquanto o rei ouvia chocado e pálido. “Conhecemos ironias e insultos. Lembramos dos golpes que tivemos que sofrer de manhã, tarde e noite porque éramos negros!” Profundamente ofendido, o rei Balduíno estava pronto para embarcar em seu avião e retornar imediatamente a Bruxelas. Apenas a insistência de seus ministros o persuadiu a mudar de ideia e finalizar a agenda estabelecida.
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