“Se não lutei pelo meu país, pelos menos terei pintado por ele!” (Eugène Delacroix)

A pintura "A Liberdade Guiando o Povo" (La Liberté Guidant le Peuple) foi feita por Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830. Na época, a França era governada pelo rei Carlos X, que permaneceu no poder durante seis anos. Quando Carlos X tentou abolir a liberdade de impressa e dissolver a recém-eleita assembleia, teve início a revolução. O rei foi destronado, e Louis-Philippe, o membro mais liberal da família real, assumiu o poder. Louis-Philippe foi o último rei francês, tendo abdicado em 1848. No seu quadro Delacroix retratou a Liberdade com uma figura alegórica na forma de uma robusta mulher do povo. Os mortos sob seus pés são como uma espécie de pedestal, a partir do qual a Liberdade se lança, descalça e com o peito nu, da tela para o espaço do espectador. Ela usa o barrete frígio, uma espécie de gorro que se tornara símbolo da liberdade durante a Primeira República Francesa (1789-1794). Em uma das mãos ela ergue a bandeira tricolor da França, brandindo um mosquete com baioneta na outra.  Há um outro personagem à beira da barricada - um menino de rua segurando duas pistolas. Ele pode ter sido a inspiração para o personagem Gavroche, da peça Les Misérables de Victor Hugo. A pintura é talvez a obra mais conhecida de Delacroix e encontra-se no Museu do Louvre em Paris. O governo da França comprou a pintura em 1831, por 3.000 francos, com a intenção de exibi-la no Palais du Luxembourg, como uma lembrança da Revolução de Julho. A pintura inspirou a Estátua da Liberdade de Nova York, presente da França aos Estados Unidos, embora a estátua, que segura uma tocha na mão, tem uma posição mais estável, ao contrário da mulher na pintura. O rosto da mulher foi também inspiração para a efígie da República Federativa do Brasil, gravada hoje nas cédulas do Real, mas que é usada desde a Proclamação da República.