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10 Rands – 1978-93 – África do Sul

  • awada
  • 20 de fev. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de jun.

Você consegue imaginar alguém ser retratado em uma cédula de banco completamente por engano?



Uma das características mais comuns em qualquer cédula é o retrato de um personagem importante para o país em particular ou para a história de um modo geral. Pessoas como Gandhi na rupia indiana ou Saddam Hussein no dinar iraquiano. Pessoas imortalizadas nas cédulas por razões políticas, lendárias, religiosas, científicas, artísticas, esportistas ou até mesmo por... engano. Jan Van Riebeeck (1619-1677) foi um navegador holandês a quem se credita a descoberta e colonização da Cidade do Cabo em 1652, hoje uma das capitais da África do Sul. Riebeeck é um nome tão conhecido na África do Sul que entre 1948 e 1994 o seu retrato apareceu repetidamente em suas cédulas, mais precisamente em 34 delas. Anos mais tarde, descobriu-se que o retrato do homem creditado nas cédulas sul-africanas como Riebeeck, na verdade não era o do colono holandês, e sim de um militar conterrâneo seu, mas que nunca havia posto os pés no continente africano. A foto é na verdade de um tal Bartholomeus Vermuyden. Mas como ocorreu um “engano” dessa magnitude? Antes do tempo do Instagram, do Facebook e do Twitter dependíamos de pinturas para identificar as pessoas. E toda confusão aconteceu justamente aí. Em 1884 uma série de retratos que se acreditava terem pertencido à família de Riebeeck foram doados ao Rijksmuseum, o museu nacional da Holanda. Já nesta época foram levantadas dúvidas sobre a autenticidade do retratado, e em 1912 um outro retrato foi apresentado como sendo o do verdadeiro Van Riebeeck. Porém em 1952, no aniversário do 3º Centenário da Descoberta da Cidade do Cabo, o Rijksmuseum confirmou a autenticidade do primeiro retrato e ele continuou a ser usado nas cédulas sul-africanas. Foi apenas em 1985 que a atribuição do primeiro retrato à Riebeeck foi definitivamente rejeitada em favor do segundo. Ainda assim as cédulas com o seu retrato circularam até 1994, quando foram substituídas por uma série com animais selvagens e posteriormente pela série com Nelson Mandela. Com toda razão, Jan Van Riebeeck deve ter se revirado no túmulo durante este longo período de mal-entendidos.

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