10 Dinars – 1980 e 2015– Líbia
- awada
- 22 de mai.
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Atualizado: 24 de mai.
"Nós não nos renderemos. Nós venceremos ou morreremos." (Omar Al-Mukhtar)




Omar Al-Mukhtar (c.1862-1931), conhecido como o Leão do Deserto, foi um líder da resistência líbia contra a ocupação colonial italiana no início do século XX. Nascido na região de Cirenaica, no leste da Líbia, Al-Mukhtar era um respeitado professor do Alcorão e membro da confraria religiosa da cidade santa de Senussi, que desempenhou papel central na luta contra os colonizadores. Tudo teve início quando a Itália invadiu a Líbia em 1911 com o estabelecimento da “Quarta Sponda” (A Quarta Costa), que queria reviver o Império Romano na África através do domínio da sua porção norte. Professor por profissão, combatente por obrigação, Al-Mukhtar se comprometeu com uma guerra que não seria vencida durante seu tempo de vida. Ele passou a organizar e liderar uma longa campanha de guerra de guerrilha contra as forças italianas, especialmente após a ascensão de Benito Mussolini, cujo regime fascista intensificou a repressão e ocupação brutal do território líbio. Durante quase 20 anos, Al-Mukhtar liderou com habilidade pequenos grupos de combatentes em emboscadas e ataques-surpresa contra as tropas italianas, aproveitando seu conhecimento do árido território e o deserto da Líbia, de maneira que, sem muitas dificuldades, cortava as linhas de comunicação do inimigo e realizava frequentes emboscadas. Sua luta inspirou milhares de líbios e se tornou um símbolo da resistência contra o imperialismo. Al-Mukhtar impôs grande resistência ao exército italiano, mas apesar da bravura do seu contingente de 2.000 a 3.000 líbios e berberes, ele sofreu pesadas perdas já que seus primitivos armamentos não eram páreo para o poderio militar mecanizado dos italianos. Para dar fim ao levante, o exército italiano queimou diversas aldeias líbias e chegou a usar armas químicas, como gás mostarda e fosgênio, para envenenar seus poços de água potável, e cimento para os lacrar. No verão de 1931 Al-Mukhtar tinha apenas 700 homens quando foi descoberto pela aviação italiana e capturado por um contingente da cavalaria. Já com cerca de 70 anos, após um julgamento sumário por um tribunal militar italiano, ele foi condenado à morte. Em 16 de setembro de 1931, foi enforcado publicamente no campo de concentração de Suluq, diante de milhares de líbios forçados a assistir sua execução. Suas últimas palavras antes de ser executado foram um conhecido verso do Corão: "A Deus pertencemos e à Ele voltaremos". Sua morte transformou-se em um marco da luta anticolonial na África e no mundo árabe, e Omar Al-Mukhtar permanece até hoje como um herói nacional da Líbia. Omar Al-Mukhtar é lembrado não apenas por seus feitos militares, mas também por suas palavras marcantes, que inspiraram gerações de líbios e movimentos anticoloniais. Sua frase mais famosa talvez tenha sido "Nós não nos renderemos. Nós venceremos ou morreremos.", um símbolo da intransigência do povo líbio diante da opressão colonialista do início do século XX. Além disso sua luta tornou-se o épico de guerra "O Leão do Deserto", filmado em 1981 com Anthony Quinn fazendo o seu papel. Desde a implantação do sistema Dinar em substituição ao sistema Pound em setembro de 1971, todas as cédulas de 10 dinares trazem a imagem de Omar Al-Mukhtar em seu anverso, como visto nas duas cédulas acima.
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